Síndroma do Holofote
Pergunta para queijinho : Quando vamos na rua e nos esbardalhamos monumentalmente, o que nos incomoda mais?
Dar com os costados no chão ou sermos vistos por outros enquanto fazíamos uma figurinha triste??
Nem precisamos de responder, pois não?
Durante anos sofri com uma m€r3@ que descobri recentemente que tinha nome pomposo: SÍNDROMA DO HOLOFOTE
Engraçado como achamos sempre que estamos sozinhos nas nossas pancadas. Que somos os únicos…
Acho que é por nos fecharmos e não falarmos do que nos aflige.
Já me deixei disso: falar sobre as minhas m€&#@s ajuda-me!!
A maior parte das vezes são perturbações tão frequentes que já estão amplamente estudadas e catalogadas.
Uma verdade que integrei recentemente:
Somos mais simples do que pensamos e as coisas que nos afligem são, muitas vezes as mesmas!
Somos todos um, até nas coisas que nos queimam os fusíveis!
Voltando ao Síndroma do Holofote…
Espreitem o livro “Presença”, da Amy Cuddy.
Está top!! Voltei a cruzar-me com este conceito nesse livro, há dias.
Em poucas palavras, como nós estamos no centro do nosso pequeno universo, cremos inconscientemente, que os outros sentem, vêm e pensam como nós. O nosso cérebro acha-se, literalmente, a última bolacha do pacote!!
E, quando olhamos para o mundo , os nossos vieses cognitivos e de perceção encarregam-se de chamar a nossa atenção para informação que confirme aquilo em que acreditamos.
Por isso, todos os outros pensam tal e qual como nós… O que nós fazemos e o que nos acontece é tão importante para os outros como é para nós. Ponto final.
“Age sempre como se estivesses a ser observado”
Epi- (vai-te lixar!!!)-curo!!
Isso é um peso do caraças!! Achar que estamos sempre a ser observados e julgados pelos outros!!
Claro que Epicuro versava sobretudo sobre a conduta moral, senão seria um vê-se-te-avias de vergonha-não-é-roubar-é-ser apanhado!
Mas bolas! A extrapolação desta tirada de mestre é de um peso fenomenal!
E é-nos incutida por uma sociedade baseada nas aparências. Para malta com tendências perfecionistas como eu, é “fogo em mato seco”!!
Achamos mesmo que os outros passam a vida de olho em nós, à caça de motivos para nos dizerem que somos uns tristes patetas que não fazemos nada de jeito.
Projetamos nos outros a nossa falta de confiança: a maior parte das vezes são muito mais brandos e compreensivos connosco do que nós mesmos! Das vezes que sobram, nem sequer reparam em nós!
E isso é libertador!!!
Toca a viver, a fazer as asneiras necessárias para evoluir, a cair do cavalo e levantar de um pulo: tirando os que estarão lá para nos ajudar a sacudir a poeira do lombo, ninguém vai estar nem aí!!
Sejamos imperfeitos: fazer c@g@d@ e voltar a tentar é parte vital do processo de crescimento!
Descompliquemos, não nos levemos tão a sério. Vamos rir dos nossos disparates.
E não vamos sentir-nos patetas por isso: só as pessoas verdadeiramente confiantes são capazes de o fazer!!
Os patetas são os outros que passam uma vida inteira condicionados por um holofote que não está apontado para eles (nem sequer existe!!), espartilhados no que pensam que os outros esperam deles. Os outros… Que nem sequer reparam que eles existem!
Vamos ser presentes, fiéis à nossa essência ou então fazer por redescobri-la!
É que viver de acordo com as bitolas alheias pode fazer com que às tantas já nem saibamos bem quem somos, afinal!…
Já vos falei no livro da Amy Cuddy, “Presença”?
Que livro brutal… Um dia falamos mais sobre ele