
Crise dos 40??
Crise dos 40?? Como assim??? 



Recentemente reencontrei duas grandes amigas, colegas de escola e de desporto, dos tempos de miúda. Conhecemo-nos há um montão de anos: uma há uns bons 30 e outra lá perto. 

(Xiiiiii!!! Uma vida inteira!! 
A malta agora conta tudo às décadas! É a idade 
).




Saiu logo promessa: encontramo-nos regularidade e descontrair com umas boas gargalhadas pelo meio. Estávamos todas a precisar de respirar!!
Tudo doido. 
Uma disse “mata” , as outras gritaram “esfola” e a um “Bora aprender a andar de patins!?” atirado para o ar, seguiu-se um convicto “Sigaaaaa!!”.


A conversa que acompanhou a marcação das aulas foi um tesourinho de valor incalculável. 



Enquanto confirmava os agendamentos, a senhora contou que já tinha tido antes (muitos) grupos de amigas na nossa faixa etária que “se convenceram que eram miúdas novamente” e decidiram aprender a andar de patins, bicicleta, skate. O tom era meio crítico meio condescendente e rematou com um “Deve ser a crise dos 40!!” 

Ca raio!! 
Mulheres que resolvem dar-se uma folga de carregar o mundo nas costas e ir fazer uma atividade desportiva nova… É crise??
E associada à idade, ainda por cima?? 








Ainda argumentei mas rapidamente vi não estávamos, sem dúvida, na mesma sintonia. E tudo certo com isso. 
A minha energia é um bem precioso, a preservar acima de tudo!! A vida segue!…


Fui no carro a pensar no episódio caricato. 

Crise dos 40, 50 ou do que for?? O ca… raças, amigos! O caraças!! 



A vida moderna é trituradora!
Tornamo-nos ótimas a fazer o que é suposto e perdemo-nos de vista.
Até que um dia acordamos com saudades… De nós!
Sabemos o que queremos, do que gostamos e não gostamos e qual o nosso caminho! 



E quando se sai da caixa já não se consegue espremer para caber nela outra vez!!
O nosso cérebro
sai definitivamente do piloto automático e acorda faminto de vida!

Sem novidade, não há dopamina, minha gente!!
Há que quebrar rotinas!
E a dopamina é um neurotransmissor de bem-estar, prazer e motivação que quando segregado pelo cérebro, nos dá um kick do estilo “I feel good!!”, como na canção do James Brown. 



Novas aprendizagens criam novos caminhos neurais no nosso cérebro : são uma autêntica pedrada no charco, gerando movimento’ dinamismo e criatividade!
Sentimo-nos vivos, no aqui e agora! 

Borrifamo-nos nos julgamentos alheios e até na suposta vergonha que é cair inúmeras vezes até aprender a dominar aquelas rodinhas do diabo 



O cérebro carrega baterias e a nossa alma também!
Saímos da nossa bolha de oxigénio com energia, alegria e paciência renovadas. 



Obrigada às minhas parceiras: já gargalhamos o suficiente para umas quantas encarnações 



Porque estar vivo é diferente de realmente viver!
Quem se anima? Escalada? Uma nova língua?
Que nova aprendizagem vos faria vibrar? Arranquem e contém como foi! 



Ah! E vamos deixar-nos de tretas: a senhora que tem aula a seguir a nós tem mais de 50 anos e está a aprender a andar de bicicleta!! 

Bora descomplicar e ser felizes?? 
