Quando nos tiram do sério…
E quando aquele camelo (ou camela!) nos tira do sério, outra vez??
Tem o dom de saber carregar nos botões certos para nos fazer sair do nosso centro!!
O nosso dia afunda-se num pântano de m€rda … E o nosso estado de espírito, também!
Podemos e devemos escolher o nosso círculo de influência: as pessoas que queremos manter próximas de nós, que nos elevam e motivam!
Mas não temos como evitar ter que lidar com quem não vamos à bola , em muitos enquadramentos: no trabalho, na escola dos miúdos, até no seio familiar, por vezes.
O que essas pessoas fazem magistralmente é ativar o nosso sistema de deteção de ameaças.
Quando detetamos uma AMEAÇA SOCIAL, por exemplo (sentimo-nos excluídos, rejeitados, humilhados ou desrespeitados em frente a outros, etc.), a central de alarme do nosso cérebro dispara na mesma, como se a nossa integridade física estivesse em risco.
A nossa resposta de stress poderá ser mais ou menos intensa mas será sempre despoletada.
A parte mais primitiva e reativa do nosso cérebro toma o comando. A mais evoluída que nos permite raciocinar e tomar melhores decisões e mais lógicas, é silenciada.
Estão reunidas as condições para fazermos e dizermos o que não queremos. E para não termos presença suficiente para arrumarmos o assunto (e a tal alminha!) como desejaríamos.
Pior: mais uma vez, cedemos poder sobre nós a outra pessoa. E isso é o que mais dói!
Mas há boas notícias: temos como controlar e melhorar a nossa reação!!
#1) DAR-NOS ESPAÇO E GANHAR TEMPO
Pausa para ir ao WC, para ir buscar água. Whatever.
Sair do contexto vai desviar daí a nossa atenção e recuperamos algum controlo sobre a carruagem. Mudar de cenário, mudar o foco!
Por outro lado, ganhamos tempo para que o nosso “cérebro pensante” recupere o comando e mande o neandertal que existe em nós de volta para a sua caverna.
#2) RESPIRA E NÃO PIRA!
Quando nos passamos ativamos uma parte do nosso sistema nervoso responsável por entrarmos em modo de sobrevivência (sistema nervoso simpático).
Quando recobramos o controlo e/ou a ameaça passa, entra em campo o chazinho de camomila (sistema nervoso parassimpático). E entramos em modo de descanso.
E a verdade é que temos controlo sobre ambos!!
Quando o “poney express” de informação sensorial entre o cérebro e muitos dos nossos órgãos vitais (o nervo vago) está a funcionar bem, manda o nosso coração abrandar e os pulmões respirarem mais profundamente: estado de calma!
Quando há m€rda , entramos em modo de sobrevivência e o nervo vago é inibido: modo resposta de stress ou ameaça.
Mas há um catch…
A maior parte da informação sensorial transportada por este sistema de correio, vai no sentido corpo-cérebro.
Portanto, podemos ativar o modo de calma a partir do nosso corpo, através da forma como RESPIRAMOS e nos MOVIMENTAMOS .
Até cantar e dançar, terão o efeito desejado!
Testem este EXERCÍCIO RESPIRATÓRIO! É tiro e queda!
Inspirar rapidamente (em 2 segundos)
Expirar lentamente (em 5 segundos)
Repetir.
Alteramos instantaneamente corpo e mente: quando faço a 3ª vez, já me sinto outra!
#3) CORRIGIR A POSTURA!
Costas direitas, postura expansiva, a ocupar todo o espaço a que temos direito.
A nossa postura impacta diretamente a nossa sensação de poder pessoal.
E isso condiciona a forma como reagimos às situações e também a mensagem não verbal que passamos aos outros, que lêm, inconscientemente, a nossa linguagem corporal (e reagem de acordo!!).
Recuperamos o nosso poder, temporariamente sequestrado.
No meio disto tudo, é crucial nivelar expetativas. Lá há-de vir o dia em que estamos com a pele mais fininha e sai faísca.
O importante é não nos massacrarmos! Somos humanos e falíveis. Queremos dar o nosso melhor, com os recursos internos que temos disponíveis, a cada momento.
O foco? Recuperarmos o nosso poder cada vez mais rapidamente!
Perfeição não existe!
Mas podemos hoje fazer melhor do que fizemos ontem. Sem dramas.